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sábado, 26 de setembro de 2009

MERCADO DO BOLHÃO: "Associação de feiras e mercados questiona custos do Bolhão"

artigo: Público

A Associação de Feiras e Mercados da Região Norte (AFMRN) está preocupada com os custos que o projecto de reabilitação do Mercado do Bolhão terá para a cidade. Em comunicado, a associação questiona o atraso no processo. A ligação, em túnel, ao parque de estacionamento do quarteirão de D. João I está "inviabilizada", diz.


Depois de uma reunião com Paula Silva, da Direcção Regional de Cultura do Norte, em representação do Igespar (Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico), a AFMRN entende que "a passagem subterrânea" entre o Bolhão e o futuro parque de estacionamento que nascerá do outro lado da Rua Sá da Bandeira "está inviabilizada, por motivos técnicos", relacionados com a passagem, no local, do Rio de Vila.

Contactado pelo PÚBLICO, o vereador do Urbanismo, Lino Ferreira, reitera, por escrito, o que já dissera na semana passada. A ligação não está inviabilizada, diz, mas "dependente de estudos de especialidade".


A AFMRN acusa ainda a câmara de esconder os custos dos projectos e estudos que estão a ser realizados, afirmando que "ao contrário do que foi anunciado" pela autarquia, o processo "está a ter custos inerentes ao erário público". Lino Ferreira diz que os custos "ainda não estão estimados" e que serão "os que resultarem do concurso público a abrir" para a reabilitação. A câmara terá aqui "uma participação activa", conforme estabelece o protocolo entre o município e o Ministério da Cultura, lembra.
"Erro político grosseiro"
A AFMRN defende que o processo em curso no Bolhão "é um erro político grosseiro". "Estão a ser realizados novamente os mesmos estudos técnicos ao edifício e ao terreno" elaborados pela equipa do arquitecto Joaquim Massena, que tem um projecto de reabilitação pronto, argumenta.

MERCADO DO BOLHÃO: "Rio da Vila impede túnel entre Bolhão e núcleo de D.João I"








artigo Jornal de Notícias


O mercado do Bolhão (Porto) não terá um túnel pedonal de ligação ao futuro parque de estacionamento em execução no quarteirão de D. João I. A Direcção Regional da Cultura do Norte confirmou que essa obra é inviável.


O programa preliminar para a reconversão do mercado, defendido pelo Município do Porto, colocava a hipótese da ligação ao aparcamento subterrâneo a rasgar sob os edifícios da antiga Casa Forte. Mas a directora regional Paula Silva informou a Associação de Feiras e Mercados da Região Norte de que a passagem está "inviabilizada por motivos técnicos" devido ao facto de, no subsolo da Rua de Sá da Bandeira, correr o rio da Vila, embora fosse favorável a essa construção.

Haverá, no entanto, tal como já foi noticiado, uma ligação subterrânea entre o mercado e a estação do metro. Na reunião com a associação que decorreu na semana passada, a arquitecta explicou que a avaliação da estabilidade do edifício do Bolhão trouxe boas notícias, uma vez que não existe já o elevado risco de ruína, apontado em 2005 pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil. Segundo a associação, não existirá "gravidade de maior", em termos de instabilidade estrutural, "no conjunto geral do mercado".

A novidade consta da acta, redigida pelos representantes da Associação de Feiras e Mercados da Região Norte após a reunião com Paula Silva e enviada na passada quarta-feira por fax e pelo correio, para a Direcção Regional de Cultura do Norte.

No mesmo documento, a que o JN teve acesso, é referido que será necessário desmontar as "casinhas centenárias" existentes no terrado do mercado para a construção do espaço para cargas e descargas na cave. Algumas destas estruturas estão em más condições e, por isso, a directora regional não pode garantir a sua reconstrução. A vontade é mantê-las caso seja possível, apesar de, de acordo com a associação, a arquitecta Paula Silva considerar que possuem pouca importância no contexto do Bolhão.

À associação, foi dito ainda que foi "mais prudente a realização de um novo projecto de reabilitação" do mercado do que reformular o projecto de Joaquim Massena, na certeza de que essa adaptação "teria um custo elevado". Uma posição que é contestada pela associação.

Em comunicado, recorda que muitos comerciantes do mercado defendem a execução, no imediato, do projecto do arquitecto Joaquim Massena já pago, concluído e "com todos os estudos técnicos e arquitectónicos actuais".

A associação entende que o adiamento das obras, com a "repetição de estudos técnicos e de projectos já realizados", procura apenas adormecer o "tema escaldante" da reconversão do Bolhão em época de eleições.

O encontro serviu, também, para esclarecer a concessão do mercado do Bom Sucesso. "Foi-nos comunicado que escolheram a proposta [da empresa Eusébios] por ser um mal menor das duas soluções a concurso. Ainda não há projecto", sublinhou o presidente da associação, indicando que a preocupação da Direcção Regional da Cultura é que o edifício do mercado do Bom Sucesso não seja descaracterizado.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Associação de Feiras e Mercados tem dúvidas sobre aprovação do projecto do Bom Sucesso
















NOTÍCIA PÚBLICO
Jornalista Patrícia Carvalho
A Associação de Feiras e Mercados da Região Norte (AFMRN) duvida que o projecto de requalificação previsto para o Mercado do Bom Sucesso, no Porto, venha a merecer a aprovação do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar), através da Direcção Regional de Cultura do Norte (DRCN).

O presidente da AFMRN, Fernando Sá, explica que esteve presente numa reunião, na semana passada, com representantes da DRCN, em que lhe foram transmitidas algumas incertezas sobre a exequibilidade do projecto apresentado pela empresa Eusébios SA, vencedora do concurso público lançado pela câmara para a concessão do mercado.

"O que nos foi transmitido é que, das duas propostas apresentadas ao concurso, aprovou-se esta porque era o mal menor. A outra destruía mesmo o edifício na totalidade, e esta preserva o equipamento e parte do mercado tradicional", diz.

Segundo Fernando Sá, os responsáveis da DRCN frisaram que apenas "aprovaram" o programa base apresentado a concurso, sendo ainda necessário aprovar o projecto de arquitectura.

"Mediante o projecto é que se vão pronunciar em definitivo, mas também disseram ter dúvidas sobre a possibilidade de construir lá dentro um hotel com viabilidade", diz. O PÚBLICO tentou, por várias vezes ao longo das últimas semanas, ouvir a DRCN sobre o processo do Bom Sucesso, mas tal não foi possível.

Para Fernando Sá, a DRCN "está a ser enganada", quando lhe dizem que o projecto para o edifício da zona da Boavista permite a manutenção do mercado tradicional. Em Julho, a associação lançou mesmo uma petição contra a concessão do equipamento. Ontem, o documento não atingia as 700 assinaturas.

O responsável da AFMRN não acredita que o futuro do Bom Sucesso mantenha os mesmos comerciantes que hoje tem, considerando improvável (conforme disse, em Julho, ao PÚBLICO), que seja possível "a convivência da venda de peixe com um hotel e escritórios".

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Desmantelamento do mercado de Rio Tinto inicia-se com feirantes divididos

Artigo do jornal Público















Foi com grande surpresa que os comerciantes do mercado de Rio Tinto, em Gondomar, assistiram ontem à operação de desmantelamento daquele que, para muitos, é local de trabalho há já 18 anos.O fim deste mercado vem sendo falado há meses, na sequência do projecto de construção de um fórum cultural.

No entanto, de acordo com o presidente da Associação de Feiras e Mercados da Região Norte (AFMRN), Fernando Sá, a câmara está a desrespeitar o acordo que estabeleceu com os comerciantes e que permitia o prolongamento da actividade comercial até ao fim do mês. "Os comerciantes negociaram e foi-lhes dito que tinham até ao final de Setembro para abandonar o local", conta Fernando Sá, acrescentando que, "hoje, polícias e funcionários camarários começaram a desmantelar o mercado".

De acordo com o presidente da AFMRN, há cerca de um mês, os feirantes foram transferidos para um terreno, próximo do mercado, onde está prevista a quadruplicação da linha ferroviária Contumil-Ermesinde. Esta foi, segundo Fernando Sá, uma acção estratégica da câmara, que "pretendia a transferência de todo o mercado". "Os comerciantes aperceberam-se de que iriam perder clientes com a feira ali tão perto", explica. "Por isso, alguns concluíram que o melhor era deslocarem-se para a feira", acrescenta o presidente da AFMRN.O anúncio do desmantelamento do mercado de Rio Tinto foi feito há um ano pela Câmara de Gondomar. "Alegaram que não fazia sentido haver um mercado naquela zona devido à existência de outras ofertas comerciais", justifica Fernando Sá.

"O que se prevê é a criação de um fórum cultural", acrescenta. Independentemente de concordar ou não com a transformação do mercado, Fernando Sá pede que os comerciantes não sejam esquecidos. "Nós, enquanto associação, não somos contra a criação do fórum, mas devem ser encontradas soluções para estes trabalhadores", afirma o presidente.

Soluções essas que a câmara afirma estar a preparar. Em declarações ao PÚBLICO, o vice-presidente da Câmara de Gondomar revelou que, apesar de ainda não existir acordo formalizado, está a ser elaborado um documento com as possibilidades dos comerciantes.

"Nem todos concordarão, mas aqueles que demonstraram vontade em continuar com a actividade, irão fazer a mudança", garante José Oliveira.Relativamente ao terreno onde está prevista a quadruplicação da linha da CP, a câmara afirma que "a obra ainda é só uma hipótese" e que, mesmo concretizada, "só irá afectar parte da feira e não a zona dos comerciantes".

Fernando Sá conta que os "comerciantes estão divididos". Alguns "já concordaram com a transferência; três deles estão decididos a recorrer aos tribunais", adianta.A candidata socialista à Câmara de Gondomar, Isabel Santos, considera "lamentável" a atitude da câmara, que "está a violar os princípios e a tentar fragilizar os comerciantes".