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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Artigo de opinião :João Barreta

NO TEMPO DA … TERRA E DO MAR,
SAIBAMOS “TUTELAR” OS MERCADOS MUNICIPAIS
Por: João Barreta
Quando tão insistentemente se reforça a ideia da importância de dar maior atenção à agricultura por, finalmente, terem percebido que é pouco prudente depender em demasia da produção alheia, e às diversas potencialidades que o nosso mar tem por explorar, da qual a pesca é “apenas” uma parcela, renascerá a esperança, para alguns considerada perdida (prefiro, esquecida!), de que uma nova visão possa surgir para “trabalhar” o único equipamento/formato comercial que tão bem, e de forma tão peculiar, pode contribuir para a promoção/comercialização dos produtos da terra e do mar. Mais, encarando-se, agora, também a hipótese de se “estudar” uma melhor articulação das relações entre a produção e a distribuição, só a podemos encarar como uma oportunidade a explorar para (e por) esse mesmo equipamento/formato comercial.
Articular de uma forma sã, o comércio dos produtos da nossa agricultura e das nossas pescas, conjugando-o com a vertente cultural e patrimonial, não descurando o sector do turismo, encontrará nos Mercados Municipais um veículo, altamente, privilegiado para o efeito.
Bem sei que o tema do Comércio tem andado um pouco (!) arredio da discussão política, seja da Administração Central, seja da Administração Local, mas talvez seja chegado o momento de aproveitar a(s) oportunidade(s) e trazer para a agenda dos nossos governantes, políticos e técnicos, o tema do Comércio, em geral, e dos Mercados Municipais, muito em particular.
Não que tenha dos Mercados uma versão pretensiosamente poética, mas os Mercados são os … Mercados. São do seu tempo, e o seu tempo é aquele em que vivem ou sobrevivem. O erro, se é que de tal se trata, não está na sua essência, pois essa é a sua verdadeira riqueza, mas sim na forma como são olhados, ou não, por quem deles devia ter, no mínimo, uma visão de presente e, principalmente, de futuro.
Não serão “(Hiper)Mercearias”, nem “(Mini)Hipermercados”. Tão pouco “(Micro)Centros Comerciais” ou “(Nano)Retail Centers”. Muito menos, serão meras Feiras com um teto. Mas, não sendo nada disto, poderiam, talvez, ser um pouco de tudo isso!
Mas em Portugal, falar-se de Mercados é, ainda, e desafortunadamente, partir de um conjunto de preconceitos que fazem vincar a ideia de um passado esquecido, pouco moderno, pobre, folclórico, popularucho e tradicionalista. Mesmo aqueles que, aparentemente querem discutir o assunto, não vão muito além do problema dos horários de funcionamento, do estacionamento e outros tópicos que, aliás, se discutem há décadas, sem que nada de relevante depois se faça.
Mas se na Administração Central, nem tão pouco se percecionará quem detém a tutela dos Mercados, tenho para mim, por experiência própria, que nas Autarquias será bem mais fácil identificar o detentor do pelouro dos ditos. Na esmagadora maioria das Câmaras Municipais, basta procurar o responsável máximo, leia-se Vereador dos … Cemitérios, e … está identificado o detentor do pelouro do Comércio e dos Mercados Municipais.
Não sei que relação os nossos políticos (supostos gestores) verão nisto, mas … é assim!
Haverá, também neste caso, razões que a própria razão desconhecerá!